Conteúdo / Atalhos:
- Como fazer uma resenha de um vinho?
- Como é o método visual?
- Como reconhecemos o vinho?
- Como verificar a limpidez do líquido?
- Quais são as características dos cheiros?
- O que observar?
- Como devermos proceder em relação ao paladar?
- Qual a sensação em relação a quantidade de Álcool?
- Como se comporta o açúcar?
- Como é medido o teor ácido?
- Como é sentida a tenacidade?
- Como é sentido o corpo?
- Como proceder em relação a finalização?
- Como detectar a persistência?
- Como detectar a intensidade?
- Como aferir a qualidade?
- Como é medida a evolução do vinho?
- Como é o jovem?
- Como é o vinho adulto ou maduro?
- Como é o envelhecido?
- Quais as considerações finais?
Você já se perguntou como surgiu a crítica de vinhos?
Hoje vamos falar um pouco sobre o processo para avaliar um bom vinho, da sua importância e como você pode utilizar essas informações para avaliar a bebida no seu dia a dia.
Sabemos que o vinho é uma das bebidas mais antigas e apreciadas, a prática de avaliar a qualidade do vinho remota a época dos cronistas da Roma Antiga, onde o vinho Opiminiano, safra 121 AC, foi elogiado por muito tempo.
Em 1793 a palavra ‘provador’ foi designada por lexicólogos franceses significando ‘aquele que tem como ofício provar vinhos’.
Após vinte anos os franceses foram os primeiros a utilizar a palavra degustar em seus textos, com o registro mais antigo datado em 1824.
A avaliação e crítica de vinhos, foi ganhando espaço no século XX.
Na década de 70 se popularizou entre a classe média, com isso as publicações especializadas em vinhos para a classe média viraram uma verdadeira febre.
Ao longo das décadas outras revistas e grandes nomes ligados a crítica foram surgindo e ganhando espaço, assim como novos vinhos e técnicas de fabricação.
O vinho, muitas vezes, é comprado a arte.
Criticar vinhos tem espaço pelo simples fato de ser algo prático, os consumidores se beneficiam ao ler várias avaliações diferentes e assim acertarem na hora da compra, diminuindo assim a margem de erro.
Apesar de que cada pessoa tem um gosto e que pode variar, ter um ponto de referência confiável é um dos motivos que torna essa prática cada vez mais consolidada, não sendo mais algo exclusivo da classe média como no início.
Como fazer uma resenha de um vinho?
Existem muitas maneiras de se avaliar de forma técnica um vinho e de atribuir valor, desde fichas oficiais a métodos mais didáticos. E apesar de cada avaliador possuir uma forma diferente na hora de avaliar, tudo converge no mesmo ponto e objetivo.
Muito se ouve falar como a interação do vinho vai além do paladar, interagindo de modo sensorial, nariz, boca e olhos. Ao provar um vinho, sempre estamos comparando seu sabor com outros vinhos já provados por nós.
Cada meio de comunicação e degustador, escolhe uma forma de atribuir valor ou nota quando avalia um vinho, podendo variar de 0 a 100, o a 20 ou o modesto 0 a 5, mas todas as formas com a mesma intenção, entregar ao consumidor a melhor avaliação possível.
Vamos falar com mais detalhes do método visual, pois antes mesmo de provar algo, a aparência normalmente é a primeira coisa que chama a nossa atenção, e na hora de avaliar um vinho ela conta bastante.
Como é o método visual?
Como reconhecemos o vinho?
Sobre um fundo branco, após servir o vinho na taça, incline-a levemente para analisar a intensidade e tonalidade que fica no meio da bebida, essa cor é a que se encontra no centro da taça quando inclinada.
Preste atenção a fluidez do líquido, gire de modo delicado a taça sobre a mesa e observe o tempo que o vinho leva para retornar ao ponto inicial de repouso.
Você pode usar como referência outras bebidas, como água, licores, azeites e até mesmo outros vinhos.
A unha, que se refere a parte mais fina da superfície do vinho analisado, quando a taça se encontra inclinada, verifique se há reflexos, no caso de um vinho cor vermelho rubi, se há reflexos alaranjados é um sinal de idade, a ponta da unha incolor sempre aparece em vinhos mais velhos, quanto maior esse incolor mais velho é a bebida.
Como verificar a limpidez do líquido?
Aqui também com a taça inclinada, veja se há sustâncias suspensas, se o líquido está limpo sem impurezas.
Vinhos mais brilhantes chama atenção pela limpidez, pois dá a impressão que está brilhando, vinhos turvos ou velados podem ser categorizados como defeituosos.
É importante observar a transparência, ‘lendo’ através do líquido, ainda com a taça inclinada.
Se muito transparente: cor branco-papel, transparente entra na categoria da maior parte dos vinhos.
Regular, é um pouco difícil de ver através.
Opaco são vinhos de cor mais profunda.
Nota atribuída por cor é algo bem pessoal, então confie no seu gosto.
Quais são as características dos cheiros?
Os aromas do vinho são provavelmente a segunda coisa que mais nos provoca atenção, mesmo sem um conhecimento tão profundo é agradável ao nosso olfato.
Vamos falar um pouco sobre os pontos relacionados ao aroma que você precisa ficar atento, enquanto avalia e prova o seu vinho.
O que observar?
Assim que o vinho for servido, procure ficar atento aos primeiros aromas que permeiam o ambiente, antes mesmo de examinar a cor. Ao se concentrar, você vai perceber uma série de aromas variáveis e voláteis, que ao longo da degustação ficam mais evidentes.
Alguns aromas como, cacau, café e sulfa se tornam mais evidentes apenas no começo da degustação. Após analisar visualmente a bebida, examine com calma e precisão o que diz respeito ao olfato.
Aproximando o nariz na parte de baixo da abertura da taça, ao se concentrar é possível sentir aromas mais pesados que são valorizados nesta parte da taça. Com o nariz na parte de cima, é possível reconhecer aromas mais leves.
Um vinho Franco é uma bebida são, sendo o oposto de um defeituoso. Nítido trata-se de um vinho que possui apenas um aroma (que você deve indicar), já um vinho Amplo é aquele que pois possui uma variedade de aromas.
Outros pontos a se observar quando se trata do aroma são os Fragrantes, Primários e Secundários: Originários da vinificação, das uvas e do amadurecimento, normalmente associados a um vinho jovem.
Fragrantes trata-se de aromas responsáveis por abrir as papilas olfativas, como acontece com o aroma da hortelã. Etéreos, são aromas que se originam do envelhecimento do vinho em garrafas, normalmente lembram pele de salame e couro.
Ambas as características podem estar presentes no mesmo vinho, ou ser encontradas separadamente. Os vinhos também podem ter um aroma frutado, de frutas e/ou floral, com aroma de flores.
E por fim, os vinhos podem ter o aroma de uva ou do mosto de uva, normalmente associados a vinhos de baixa qualidade, e ainda alguns vinhos com aromas de vegetais.
Como devermos proceder em relação ao paladar?
Ao termos contato com uma bebida ou alimento, muitas sensações são despertadas ao mesmo tempo, quando provamos um vinho isso não é diferente.
Quando se trata de avaliar, devemos prestar atenção as sensações que ficam na boca, quantidade de álcool, açúcar, se é ácido e o quão ácido é, e a tenacidade que dá aquela sensação de secura na boca.
Aqui vamos falar com um pouco mais de detalhes, os pontos chaves de cada um deles, para que na próxima vez que você provar um vinho, tente ter essa percepção, mas fique tranquilo a prática vai te ajudar bastante também.
Qual a sensação em relação a quantidade de Álcool?
Você sente uma sensação de calor, pungência e queimação na língua, existe uma sensação que o vinho provoca de maciez, lembra aquela sensação de descer redondo, o vinho é capaz de provocar essa sensação de no paladar.
Como se comporta o açúcar?
É possível perceber já na ponta da língua. Grande parte dos vinhos na categoria finos, são vinhos secos. Os meio-doces e suaves são os vinhos com um pouco de doçura. Vinhos doces são normalmente os de sobremesa.
Como é medido o teor ácido?
Percebe-se a acidez por meio da salivação provocada no final, nos cantos mais próximos do fim do maxilar. Áspero é um vinho com excesso de acidez, Mole seria um vinho desprovido de acidez.
Como é sentida a tenacidade?
É a sensação de secura, que ‘amarra’ a boca. Sendo o oposto da acidez.
Como é sentido o corpo?
Parte seca do vinho, sendo possível verificar atrás da consistência e textura do vinho, mastigando-o.
Como proceder em relação a finalização?
Para finalizar sua avaliação, é importante verificar o equilíbrio entre os vinhos que você está fazendo a comparação utilizando os fatores conhecidos, determinando esses fatores a avaliação fica um pouco mais fácil.
Dentro destes critérios, você ainda pode afunilar se concentrando em intensidade, persistência e qualidade do vinho.
Como detectar a persistência?
Refere-se ao tempo de intensidade, quando engolir o vinho conte os segundos que o sabor permanece na boa, menos de 10 é razoável, entre 10 e 15 é persistente e acima de 15 segundos significa que o sabor é muito persistente.
Como detectar a intensidade?
Refere-se à quantidade, a invasão de aromas, gosto de tato que são avaliados na boca.
Como aferir a qualidade?
Refere-se à originalidade e qualidade no momento da avaliação.
Como é medida a evolução do vinho?
Como é o jovem?
Como o próprio nome nós diz, é um vinho ainda jovem que não atingiu seu grau de maturidade.
Como é o vinho adulto ou maduro?
Neste ponto o vinho está no fim do patamar, passando desse ponto a qualidade decai.
Como é o envelhecido?
Aqui a bebida já passou do ponto, sendo possível notar os sinais bem claros de sua idade.
Quais as considerações finais?
Ao longo do nosso artigo podemos ver que para começar a avaliar vinhos, não é necessário ter um conhecimento extremamente avançado, estudar as características e de fato colocá-las em prática é um ótimo ponto de partida.
O vinho é uma bebida muito apreciada e combina bem com diversas ocasiões, desde grandes comemorações a encontros mais íntimos. Provavelmente sendo este o maior segredo do sucesso de uma das bebidas mais antigas.
Agora é hora de reunir todas as suas avaliações para dar sua impressão geral sobre o vinho.
Se você o avalia como um vinho excelente e bem feito, então você gosta muito de todos os seus componentes. Mas, é claro, alguns de vocês que estão lendo este artigo podem estar pensando neste ponto: “Por que toda esta conversa? Para mim, um vinho tinto tem gosto e cheiro de vinho tinto e um vinho branco tem gosto e cheiro de vinho branco! Não consigo identificar aromas e gostos específicos”!
Nossa resposta a tal afirmação é simplesmente recomendar que você tente praticar a paciência e também adquirir o hábito de tentar avaliar o maior número possível de vinhos, o que é especialmente importante se você é um enólogo.
Quanto mais você praticar, mais o seu cérebro se reconecta para que você possa identificar qualidades específicas positivas e negativas no vinho, o que tornará seus esforços de vinificação ainda mais produtivos.
Esperamos que nosso artigo tenha contribuído para a sua jornada. Que os pontos que abordamos aqui te ajude ao longo do caminho, seja você um iniciante ou veterano na arte de avaliar vinhos.
Referências:
https://winefolly.com/deep-dive/how-to-taste-wine-develop-palate/